A botânica que deu a volta no mundo
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Se você viu um tema (um doodle) diferente na primeira capa do Google de uma mulher navegante, essa é Jeanne Baret, a primeira mulher a dar a volta no mundo em uma expedição de Louis Antoine de Bougainville, disfarçada de homem, porém reconhecida posteriormente pelo governo francês. E hoje, dia 27 de julho, ela faria 280 anos.
Rascunho do doodle, feitos pela designer Sophie Diao. |
Sua família era pobre e seu pai era trabalhador braçal, não se sabe ao certo quando Jeanne aprendeu a ler e a escrever, o que se sabe de sua vida foi o que foi contado a Antoine e escrito em seus diários. Em 1760, Jeanne foi contratada como governanta pelo botânico Philibert Commerson, por quem se apaixonou e manteve um relacionamento amoroso até sua morte. Também foi por um convite a Philibert, para participar da expedição de Bougainville em 1765, que Jeanne conseguiu participar da expedição, disfarçada de homem, como um servo de Philibert, já que um servo homem seria permitido para ser seu cuidador.
Durante a viagem, Philibert ficou muito doente e restou para Jeanne fazer as coletas à campo, fosse em montanhas ou planícies. No Rio de Janeiro coletaram uma espécie de Bougainvillea que hoje é a tão conhecida Primavera.
As dúvidas sobre seu sexo começaram a ser relatadas, nos diários de vários tripulantes, por volta de 1768, quando estavam no Taiti. Para se livrar de acusações, por ter a bordo uma mulher, Antoine encorajou Philibert e Jeanne a ficarem nas Ilhas Maurício, com um colega de Philibert.
Em 1773, Philibert faleceu, deixando todos os seus bens (os que restaram) para Jeanne, porém ela não tinha dinheiro para retornar à França, portanto se manteve trabalhando em uma taverna até conhecer Jean Dubernat, um oficial do exército francês, e conseguir retornar para França. Lá, Jeanne recuperou o que lhe foi deixado por Philibert e em 1785 passou a receber uma pesão de 200 libras por ano do Ministério da Marinha francesa, por ter cooperado na expedição de Bougainville, de acordo com o relato:
Jeanne faleceu em 12 de agosto de 1807 e deixou em seu legado diversas plantas coletadas e classificadas. A Solanum baretiae foi nomeada em sua homenagem.
Solanum baretiae, família Solanaceae. |
A história completa de Jeanne foi escrita por Glynis Ridley e está no livro "O Segredo de Jeanne Baret".
- Clara Barros
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