Mata Atlântica e seu dia 27 de maio

19:40

     Entre os tantos biomas que temos no Brasil, há a Mata Atlântica que vem sendo degradada há anos. A biodiversidade que existe nesse bioma é incrível como:

  • 15.700 espécies de plantas (cerca de 5% de toda a flora mundial), sendo 8 mil espécies endêmicas (próprias do Brasil);
  • 2.208 espécies de vertebrados já registrados (5% dos vertebrados do planeta);
  • 298 espécies de mamíferos;
  • 992 espécies de aves;
  • 200 espécies de répteis;
  • 370 espécies de anfíbios;
  • 350 espécies de peixes;

Todos esses dados foram retirados do capítulo "Mata Atlântica" escrito por outros pesquisadores, no livro "Biomas Brasileiros: retratos de um país plural" do PhD em Ecologia, Fabio Rubio Scarano.

A Mata Atlântica ocupa cerca de 15% do território brasileiro com 1.3 milhões de km², mas foi tão desmatada que hoje só resta 12,5% desse total de acordo com o Instituto Brasileiro de Florestas. É como se cerca de 36 campos de futebol cobertos por vegetação nativa fossem desmatadas.

Ela está em 17 estados e Minas Gerais, Bahia e Paraná foram os campeões em desmatamento de acordo com o Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica.

De acordo com o diretor de conhecimento da organização SOS Mata Atlântica, Fernando Guedes Pinto, a Mata Atlântica continua sendo tão desmatada por conta de pressões de lados tanto da agricultura como da especulação imobiliária justamente porque a mata se encontra ao redor de grandes centros urbanos. 

Para a proteção, há a Lei da Mata Atlântica (11.428/2006) que gerencia e define onde poderia ocorrer desmatamento legal. Mas em 2020, o MapBiomas registrou 3.070 alertas de destruição, sendo que 99% desses alertas se encontravam em áreas sem permissão de desmatamento. Os retrocessos ambientais que assistimos ocorrer cada vez mais no Brasil graças ao desgoverno atual.

Mas ainda há chance de recuperação se o Código Florestal fosse realmente cumprido e todas as Áreas de Proteção Permanente (APPs) fossem respeitadas, gerando um total de 40 a 50 mil km² de área protegida dentro da Mata Atlântica. O reflorestamento é extremamente importante para o combate às mudanças climáticas e a recuperação de áreas degradadas, tornando-as APPs seria um exemplo de solução. E a promessa do Brasil para o Acordo de Paris em 2015, prometia uma recuperação de 120 mil km² de áreas desmatadas até 2030, porém, de acordo com o Observatório da Restauração e Reflorestamento, da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, da Coalização Brasil Clima, menos de 1% foi reflorestado até o momento. 

Além disso, o reflorestamento da Mata Atlântica reduz a ação do Hantavírus, uma virose altamente mortal transmitida por roedores. De acordo com a a organização EcoHealth Alliance, as populações do rato-do-arroz (Oligoryzomys nigripes) e o ratinho do cerrado (Necromys lasiurus) reduziriam cerca de 45%, e assim, a transmissão do vírus desconhecido que pode causar uma nova pandemia.

O Brasil tem esse potencial de reflorestamento da Mata Atlântica, principalmente em zonas de pastagens degradadas ou em áreas de declive, na qual não há interesse econômico. O caminho é longo e todo e qualquer projeto que vise isso deve ser favorecido e incentivado.

Um pedaço da Mata Atlântica está dentro da cidade de São Paulo, por exemplo no Parque do Carmo e SESC Itaquera, na Zona Leste, ou então na região da Cantareira, Zona Norte, ou até mesmo em Parelheiros, na Zona Sul. E é extremamente importante que os centros urbanos que ocupam a Mata Atlântica também a preserve e ensine a população sobre sua importância, como por meio de trabalhos educativos realizados pelo SESC Itaquera. 

Fotos tiradas no SESC Itaquera em um trecho de Mata Atlântica, por Clara Barros.

Fotos tiradas no SESC Itaquera em um trecho de Mata Atlântica, por Clara Barros.

Fotos tiradas no SESC Itaquera em um trecho de Mata Atlântica, por Clara Barros.

Fotos tiradas no SESC Itaquera em um trecho de Mata Atlântica, por Clara Barros.

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