Oceanos: o que nós fizemos a ele e o que ele fez por nós
20:32Hoje é o dia dos oceanos, que passou a ser comemorado em 08 de junho a partir da Rio-92, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento que foi sediada no Rio de Janeiro, Brasil.
Os oceanos são responsáveis por cobrir 70% da superfície do planeta e 97% de toda a água do mundo está neles, existe vida muito além da que conhecemos e grande parte desses mares ainda sequer foi estudada.. Além disso, é provável que toda a vida da Terra surgiu dos oceanos, na ausência de oxigênio por meio de protocélulas, até que os organismos fotossintéticos, como as algas marinhas, pudessem produzir o oxigênio necessário para a vida na Terra.
Os ciclos primordiais para a vida acontecem nos mares, como: ciclo do nitrogênio, do oxigênio, ciclo da água por evaporação e transpiração.
Mas por nossas atividades degradantes, até mesmo o oxigênio dos oceanos têm diminuído. Isso acontece por conta de dejetos como esgoto e água contaminada por insumos químicos usados na agricultura e indústrias por exemplo, descarregados nos mares. Além disso, o aumento da temperatura do planeta em conjunto com mais nutrientes no mar (nitrogênio e fósforo de adubos químicos que acabaram chegando em corpos d'água), a respiração microbiana se eleva e menos oxigênio será liberado para a atmosfera.
E ainda, de acordo com a pesquisa da Science, a redução do oxigênio aumenta a produção do óxido nitroso, um gás que poluente que pode agravar o efeito estufa.
Mas não são só esses os problemas que afetam nossos mares, há também o degelo de calotas polares que eleva o nível e poderá cobrir cidades inteiras em poucos anos, os plásticos, microplásticos e até mesmo máscaras advindas da pandemia.
Os microplásticos são partículas minúsculas de 1 milímetro que podem chegar no ambiente de diversas maneiras, como: lavagem de roupas, pois existem essas partículas em fibras têxteis; tintas acrílicas e látex; sabonetes, cremes, cremes dentais, géis, entre tantos outros, que são compostos por polietileno, essas partículas irão diretamente para o esgoto e as estações de tratamento não conseguem sequer reter tais microplásticos por serem muito pequenos para isso, e acabam caindo nos mares.
O problema da pesca excessiva atrapalha toda a biodiversidade e a cadeia alimentar, e muitas vezes promove a pesca fantasma, como é chamado o abandono e descarte de equipamentos que por consequência poluirão os mares e liberarão mais microplásticos.
Fabricantes de plástico produzem esse material em tamanho reduzido (os chamados Nurdles), e durante o transporte para outras empresas de uso final muitas vezes esse nurdles são perdidos em estradas ou mares, despejados por navios.
Muitas e muitas são as causas de poluição, mas também existem boas notícias e iniciativas, como a iniciativa de um adolescente holandês, que em 2012 projetou a The Ocean Cleanup, um sistema de barreiras flutuantes que visa retirar plástico e microplásticos do Oceano Pacífico.
A ideia da barreira é que ela seja uma rede com uma profundidade de 3 metros que se movimente lentamente por energia solar, permitindo assim que seja colocada ao redor da área com lixo que deverá ser recolhido e também permita a fuga de animais marinhos caso acabem se enroscando na rede.
Existem ainda diversos projetos locais de limpeza dos mares e praias, assim como de conscientização, e todos são de extrema importância para que o lixo, que fere tanto os animais marinhos prejudicando toda a biodiversidade, sequer chegue na água.
"Sem azul, não há verde" - Sylvia Earle, oceanógrafa.
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