Manifesto Jovens pela Educação Climática
12:05No dia Internacional da Juventude, 12 de agosto, 12 jovens de 8 estados diferentes lançaram um manifesto demandando Educação Climática em todas as escolas de ensino básico brasileiras.
O Manifesto foi impulsionado por todos os acontecimentos que vêm ocorrendo no mundo e no Brasil, desde queimadas no Pantanal, Amazônia, Turquia e Grécia, desmatamentos recorrentes no país, projetos de lei que acabam com licenciamento ambiental, áreas de conservação, até para níveis dos oceanos elevando a cada ano. Mas também fomos impulsionados pelo relatório do IPCC que deixou claro que precisamos agir agora, reduzir a emissão de gases de efeito estufa para ZERO e mudar a forma como produzimos/consumimos atualmente, ou o mundo colapsará em poucos anos.
Então, com apoio do Climate Reality Project Brasil e do Fridays For Future, nós nos reunimos e construímos nossas demandas sobre a democratização do ensino sobre mudanças climáticas nas escolas.
A Educação Climática visa informar as pessoas de maneira correta sobre as mudanças climáticas e seus efeitos no mundo, e motivá-las a enfrentar essas questões com políticas públicas e ações possíveis de mitigar esses problemas. Por meio dela, será possível formar cidadãos que tenham uma visão crítica sobre políticas ambientais, economia, estilo de vida da sociedade atual e tantos outros fatores que são imprescindíveis para transformarmos o mundo em um ambiente sustentável não apenas para os humanos, mas para todos os seres vivos e ecossistemas existentes nele.
Porém, o assunto "mudanças climáticas" só aparece cerca de três vezes na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), mencionado de forma superficial e genérica, não permitindo que o aluno tenha acesso à informação e formação de qualidade.
Em um estudo de 2020, quatro pesquisadores da Universidade de Salamanca sugerem a ideia de implementação da Educação Climática por meio do trabalho com Competências Climáticas.
As Competências Climáticas podem ser inseridas nos 4 grandes pilares da educação já descritos anteriormente:
- Aprender a conhecer - envolve a base científica das mudanças climáticas e a apresentação dos problemas;
- Aprender a fazer - desenvolvimento de habilidades de adaptação e mitigação, busca por soluções;
- Aprender a ser - desenvolvimento da consciência e habilidades para agir, autonomia, julgamento e responsabilidade pessoal;
- Aprender a viver junto - permite o desenvolvimento da noção dimensional do planeta, tanto a noção do problema em sua grande dimensão, quanto a noção de que apenas uma grande ação conjunta impedirá o avanço das mudanças climáticas.
Para a organização Por Vir - Inovações em Educação, para a estruturação da Educação Climática nas escolas, é necessário uma lógica horizontal, ou seja, que permita a interdisciplinaridade (envolvimento de várias disciplinas na pauta) e uma lógica vertical, que permite uma evolução. Por isso, quatro pontos são considerados essenciais: a Informação (ciência, investigação e busca), Adaptação (entendimento da importância das ações de redução de risco e preservação), Mitigação (a busca por novos modelos civilizatórios) e Comunicação (disseminação das soluções e práticas inovadoras, ampliando a co-responsabilização).
E este manifesto foi criado justamente para pressionar escolas e secretarias da educação, mostrando que é possível aderir ao ensino e discussão pauta ambiental e climática dentro dos muros das escolas. É injusto que todos soframos com as mudanças climáticas, mas que poucos tenham noção disso. É um problema social que deve ser discutido em toda a sociedade e não apenas em uma pequena fração dela que tenha mais acesso à informação.
Para assinar o manifesto basta acessar a página do Climate Reality Project Brasil onde tem todas as informações, mas também vou colocar todas as páginas do documento com as nossas propostas aqui para que você possa ler.
E por último, mas não menos importante, quem são os 12 jovens que fizeram esse manifesto (e estou muito feliz por estar entre eles).
Você ainda pode assistir o lançamento do Manifesto:
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