Dia da Amazônia, 5 de setembro

19:00

 No dia 5 de Setembro de 1850, D. Pedro II fundou a província do Amazonas e esse dia foi o escolhido para ser o dia da Amazônia, a maior floresta tropical do mundo que abrange 9 países, guarda cerca de 10% da biodiversidade de todo o planeta e a bacia do Rio Amazonas é a maior em volume de água doce do mundo.

Porém, não temos muito o que comemorar. A floresta vem sofrendo com o constante desmatamento, seja para grilagem de terras, para exploração de madeira ou para mineração.

Área desmatada na região de Sinop - MT. Florian Plaucheur / AFP

O Instituto do Homem e Meio Ambiente (Imazon) apontou que nos últimos 11 meses, desde agosto de 2020 até junho de 2021, a Amazônia sofreu a maior devastação da última década. Mas além do desmatamento, existem as queimadas que são beneficiadas pelo próprio desmatamento que reduz a produção de chuva. Apenas em julho de 2021, a floresta registrou 4.977 focos de incêndio de acordo com o Inpe (Instituto de Pesquisas Espaciais).

A questão é que os desmatamentos quebram todo o ciclo já definido há anos pela floresta, como por exemplo a absorção de gases de efeito estufa. Uma pesquisa brasileira liderada pela cientista Lucia Gatti, do Inpe e também membro da OMM (Organização Meteorológica Mundial) e publicada na revista Nature, demonstra que a floresta Amazônica está emitindo mais gás carbônico por culpa das queimadas, do que absorvendo, desconsiderando ainda os desmatamentos.

Com menos árvores, menos transpiração foliar, o que reduz a umidade que seria responsável por formar os Rios Voadores que levam a chuva por diversas regiões do país, desde o Centro-Oeste até o Sul, e até mesmo até países vizinhos.

Caso desmatamentos e queimadas continuem, a Amazônia poderá passar pelo processo de savanização, quando há uma intensa redução da biomassa vegetal gerando impactos diretos sobre a biodiversidade e na ecologia do bioma. Cientistas afirmam que há um ponto de não retorno para a floresta caso o desmatamento alcance 20% de sua área, atualmente temos uma taxa de 17%. Ou seja, estamos em um período crítico no qual nossas forças deveriam se concentrar em preservar o que ainda está de pé e restaurar o que foi degradado.

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