Depois de um longo tempo desaparecida, eu retorno a esse blog para trazer algumas boas notícias. Isso porque hoje é dia 3 de janeiro, estamos no início de 2025, e apesar de tantas informações que nos ativam a ecoansiedade*, também é necessário observarmos o avanço saudável da ciência para mantermos a esperança.

Descobriu-se recentemente, na Ilha de Vulcano, na Itália, uma cianobactéria com alto potencial de sequestrar CO2 da atmosfera. Essa descoberta foi feita pelo microbiologista Max G. Schubert e outros pesquisadores do Instituto Wyss, de Harvard.

O Instituto Wyss visa desenvolver inovações e soluções, porém utilizando princípios do design biológico, ou seja, com base na natureza. O próprio IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) em seus relatórios explora as "soluções baseadas na natureza", formas de adaptação e mitigação dos efeitos das mudanças climáticas que vieram da própria natureza e podem ser aplicadas em maior escala.

A descoberta desta cianobactéria mutante foi publicada no periódico Applied and Environmental Microbiology, da Sociedade Americana de Microbiologia, e no artigo é apresentado todas as características únicas desta bactéria e que nos permite ter boas expectativas sobre sua atuação. 

As cianobactérias são bactérias que realizam fotossíntese, assim como as plantas elas obtém energia a partir da luz e do sequestro de CO2. A bactéria descoberta pertence em águas rasas da costa da ilha, em um solo fértil, onde os lençóis freáticos são ricos em gases vulcânicos. A espécie Synechococcus elongatus já é conhecida e está presente em todo oceano ao redor do mundo, também é de fácil crescimento em laboratórios e bem resistente à estresses. Porém a sua mutante (cepa UTEX 3222), chamada de Chonkus, é ainda mais "poderosa", com maiores concentrações de carbono no seu interior, o que demonstra sua maior capacidade de absorção.

Portanto, os cientistas garantem a importância desta descoberta e do estudo desta nova cepa ao considerar sua biofabricação para combate às mudanças climáticas por meio de um alto potencial fotossintético. É como se a frase "precisamos plantar árvores para combater as mudanças climáticas", pudesse ser incrementada com as cianobactérias Chonkus.

Imagem de Max G. Schubert / Grist